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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

O causo do Faz de Contas


A rosa dormiu moça e acordou mulher,
No piscar das pálpebras a borboleta assumiu o lugar de Deus,
Ventou horrores no bater das asas dela, lepidópteros rezou padre nosso,
Rogai as asas dos vossos céus, tenho medo, agora, que os poemas virem gente
Salvai senhor das asas turbulentas das idiossincrasia que eu penso,
Mas o mote era a cura da saudade que arde, se não arde não há sentimentos de dor,
E a maldita se agrega à cicatriz, se sara, sara, mas a cura só chega se pensamos nela, ora pro nobis que a dor é minha,
A borboleta pousou na ferida, uma bomba de hidrogênio em cada virilha
Definitivamente razão não é coisa que eu tenha, tenho lido que o diabo anda muito nervoso ultimamente,
Pois descobriu que já sabemos ter sido ele a criar a dicotomia do bem e do mal, queria imputar-lhe a Deus a condição de pelego
Afinal Deus não haveria de persignar-se ante algo ruim,
Se leio a bíblia às pressas me dão reações adversas, angustia-me saber que podemos explodir se a borboleta parir as bombas alojadas no ventre,
Cabe-me orar muitas vezes, ao som das trombetas de marfins dos anjos mariposas,
Serafins de asas de desenhos coloridos são a moda em voga, apostas para o próximo verão, as grifes da moda
Na teoria do caos Deus voa livre nas asas da borboleta às sensíveis mudanças de rumos dos meus pensamentos, melhor deixar o Deus sossegado
E a borboleta de asas paradas quem sabe sejam as causas dos nadas do mundo
Se sigo nessa instância tendo a mover as engrenagens do estabelecido, e correr os riscos de desfazer ao arcabouço arrumado com as minhas teorias de faz de conta
Mas e a rosa que dormiu moça e acordou mulher?
Bem, ela engravidou de um anjo qualquer e pariu borboletas.


Charles Burck




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