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sexta-feira, 30 de junho de 2017

Mas amanhã é sábado, e o mundo é meio louco
E vem trazendo de volta os risos dos velhos e doidos pardais que trabalharam durante a semana toda,
Os guizos da chuva que pingam das frestas fazem festa porque hoje é sábado
Como se revestem os lábios que não beijamos mais quando cessam as chuvas?
E quando tudo parece não fazer mais sentidos, 
As chuvas vertem dos lábios?
Mas os beijos ardiam, e o colesterol era alto,
Um defeito do DNA machucado,
E a chuva revoava os pardais, que pareciam folhas secas na poça d’água
Se eu ainda fosse criança diria que há um céu de dentro, e a noite de fora não é mais uma criança, nem nós somos,
Há os apelos noturnos tocando o idioma de agora na madrugada.
E os convites por acaso não são bons para o que não dormem?
Se é sábado nasce a primavera cheirando inocência
Mas a aurora perdida, logo avisa, ferida da dor na pelve,
"Fecha as pernas, o domingo logo vem"
Charles Burck

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