Translate

domingo, 4 de junho de 2017

Hartwig Kopp-Delaney 
Nem as poucas memórias que me assomam impedem-me de saber
O dia postulou ventos mais fortes para levar o barco a um porto
Onde eu pudesse recitar os versos de encontrar coisas perdidas,
Onde falas diluídas fossem juntadas como um bando de passarinhas
O elemento de um poema perambulante entre as perdas do cais,
Ainda há coisas que haveremos de saber, os pingos de chuvas emprestaram-me os seus frescores, para refrescar minhas memórias
Somos vastos ao amor que nunca se põe, mas, às vezes, ele se esconde de nós
Os pássaros especulam conversas que ouviram das tempestades,
As forças recuperadas nos mostram caminhos novos,
E eu esperei paciente, que ela se recuperasse,
Como um menino aninhado num galho como os grãos de areias batendo-lhes nos pés,
O sossegar bate à minha porta, a cortina de renda agita-se ao vento, esperei
Além dos cérebros se formam figuras, pinturas, surreais montagens de lua e laranjeiras,
Vidas e mortes que unem suas sortes em um caminho certo,
E a esperança tece linhas laranja e debruns azuis, fogo de seiva de alguma ferida aberta,
Faz-me canções que as ouço de trajetos piando como a voz de Deus,
Onde eu me faço ansiar, fui por certo autorizado a ter outra chance,
A reviver o que pedi nas incertezas, tudo ajustado como roupa nova
Uma mágica gota de sangue colocada em minhas veias,
Um correr de renovado espanto, o siso de poder enterrar os meus ossos mortos,
Onde o pouso é certo vão-se os caminhos incertos, os tempos de amarguras,
Um céu de azul novo, um pacto de tudo dar certo
Charles Burck

Nenhum comentário:

Postar um comentário