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segunda-feira, 5 de junho de 2017

Quis fazer do sol uma carta bonita, carta ao amor banhada de luzes laranja
Já é noite onde repouso minha vida, por aqui, o amor são dias de que pouco chegar
Ganha ares de lembranças, bandeira branca guardada numa caixa de memórias e chaves jogadas no mar
Não há nomes, eles nos forçam a chama-los, então dói mais, 
Mas há os olhos que nos tragam, nos bebem e nos devoram – os que são meus, não são – e em cada página que abro, ele me olha, não me come de vez, mas aos poucos, para que eu saiba que não terei liberdade
Ao que o sol é como o amor laranja que arde, o nosso é mais vermelho ainda,
De chamas quentes e insanas que modifica o céu, que me imola e muda as estações e as tardes,
Não há segurança no cio, no fio da aranha que ama a mosca azul pousa,
Não há direções, não há sentidos, nem orientações, não há desvios,
Só uma linha reta cheias de descaminhos, sempre nestes dias em que minha alma fica solta tudo se reflete feito um espelho gigante,
Não posso virar nenhuma página desta vida rara, as minhas metamorfoses são a mosca seguindo indolente ruma a armadilha da aranha

Charles Burck

 
Ignatov Sergey Vladimirovich 

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