A Espera
Vem, por que a vida não espera um suspirar
de amor,
Vem antes que eu morra sem saber de ti,
Antes que o sangue esqueça as minhas veias,
Antes que o coração canse de bater,
Vem que os corpos e as rosas desfolham, antes
que fenecem, espalhem os perfumes às esquinas e nos deixem
As minhas tempestades cessaram
inesperadamente
Deixei a ilha, abandonei o barco no mar sem
ondas, eu quis partir,
Mas me dei conta que ainda havia algo a
dizermos,
Fiz as malas e as deixei a um canto, fiz
planos, mas parei o mundo
Não quero te esquecer, vem ver-me enquanto
resisto à dor,
À luz sublimada, a agonia do rosto ao
espanto do teu brilho luzidio,
Ainda vivo de que me recordes, do que
podíamos ter sido,
As tuas costas com o meu nome não tatuado,
Dos desenhos que não fizemos na areia,
Da tua boca cravando os dentes na minha
pele.
A vida a pulsar em cada palavra, a tensão
nos músculos
O arrepio correndo pelos meus pelos,
Depois acordei e não estavas lá.
Vem ver-me antes que eu morra e o sol parta
depressa —
Os livros fechados não cantam as histórias
que imaginamos,
A minha existência chora tua ausência – Que
pena,
A morte alimenta-se dos sonhos dos que morrem,
Aqui, apesar das dores, há vida,
E tu se vieres.
Os vermes morrerão de fome,
Os amores de todos os mortos ressuscitarão,
Então vens
Eu te espero
Charles Burck
Claude Théberge
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