Translate

terça-feira, 27 de junho de 2017

A Espera


Vem, por que a vida não espera um suspirar de amor,
Vem antes que eu morra sem saber de ti,
Antes que o sangue esqueça as minhas veias,
Antes que o coração canse de bater,
Vem que os corpos e as rosas desfolham, antes que fenecem, espalhem os perfumes às esquinas e nos deixem
As minhas tempestades cessaram inesperadamente
Deixei a ilha, abandonei o barco no mar sem ondas, eu quis partir,
Mas me dei conta que ainda havia algo a dizermos,
Fiz as malas e as deixei a um canto, fiz planos, mas parei o mundo
Não quero te esquecer, vem ver-me enquanto resisto à dor,
À luz sublimada, a agonia do rosto ao espanto do teu brilho luzidio,
Ainda vivo de que me recordes, do que podíamos ter sido,
As tuas costas com o meu nome não tatuado,
Dos desenhos que não fizemos na areia,
Da tua boca cravando os dentes na minha pele.
A vida a pulsar em cada palavra, a tensão nos músculos
O arrepio correndo pelos meus pelos,
Depois acordei e não estavas lá.
Vem ver-me antes que eu morra e o sol parta depressa —
Os livros fechados não cantam as histórias que imaginamos,
A minha existência chora tua ausência – Que pena,
A morte alimenta-se dos sonhos dos que morrem,
Aqui, apesar das dores, há vida,
E tu se vieres.
Os vermes morrerão de fome,
Os amores de todos os mortos ressuscitarão,
Então vens
Eu te espero

Charles Burck 
Claude Théberge


Nenhum comentário:

Postar um comentário