Em um momento sem paz escrevi o que eu não
queria dizer
Nas mãos, ainda dobrado o poema,
Em cada instante o tempo me ensina a
crescer,
Donde aceno ao virar a esquina
Onde se desfolhavam despedidas
Já escrevi vento fresco, amor maduro sem cascas,
Já escrevi vento fresco, amor maduro sem cascas,
Já escrevi na areia coisas que não ficaram,
Coisas que sangram, coisas sensuais, pecaminosas
ou castas
Em tinta fresca dores que secaram,
No gesso sentimentos que quebraram,
Mas há coisas hesitadas, palavras guardadas que
da pena não saem
Coisas nossas já brotadas, e que eu ainda não
sei como dizer
Vestígios teus colho ainda a cada lapso de
tempo,
Sôfrego, bebo os não argumentos que pousam no
batente da janela
Grãos de areia que vagueiam nas línguas de
vento,
Saudades sonoras pedindo abrigo,
Saudades sonoras pedindo abrigo,
Canções que não ouço, ouvidos cobertos com o
travesseiro
Testemunhos de dores que não escrevo
Charles Burck
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