Essa sua carne doce,
Fêmea que exala perfume divino,
Formas ardentes e irrecusável poder
de atração,
Eu ser indefeso, sinto penitente,
servil,
Prisioneiro do teu poder de me
dominar
A graças movimenta-se em perfeito
equilíbrio,
Tu és todas as coisas evidentemente
direcionadas a mim
Como se eu não fosse um astro
dominado,
Girado em tua orbita
És tudo o que há, sólido ou
invisível,
Artifícios, cartas, tempos, crenças,
O céu a me esperar, o inferno se não
a tenho
Onde tudo se inicia e termina
Incontroláveis artimanhas do destino
Olhos, cabelos, peitos e quadril
Mãos displicentes gestando o que as
palavras dizem,
Fluxo e refluxo de marés, os teus
olhos,
Abrolhos, rochedos onde minha alma
naufraga
Peito ungido de amor e o
E o corpo intumescido de ardor
Aragem e sangue em delírio;
Noite de amor maciamente elaborada
No amanhecer ajoelhado, penitente a
ondular sobre os seus seios
o dia,
Vésper urdida, nascida de mulher,
Indizível plenitude, magia e beleza,
Cabeça inclinada sobre o meu peito,
Homem nascido dessa mulher;
Assim como na natureza eu a vejo
refletida em minha alma,
Forjando no fogo do desejo, a buscar
outra saída.
Eu sigo – Perdido sei que não há
caminhos
A não ser o que, sempre, me leva,
invariavelmente a ti
Charles Burck
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