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quarta-feira, 7 de junho de 2017

Ele pôs a roupa de morrer e saiu para trabalhar,
Não olhou para trás não tinha tempo estava atrasado,
Entre as palavras, valorizou o silêncio que escorria de suas lágrimas,
Podia não saber os nomes, mas jamais esqueceria de cada rosto que passava,
Um daí se houvesse tempo se casaria com alguém, não apenas para estar juntados, comer, deitar e dormir ao lado
Mas para chorarem juntos o tamanho do amor que sentissem,
Ele fumava um cigarro atrás do outro, a morte também tragava, gostavam da brasa vermelha brilhando na noite escura,
Entre as palavras, escondem-se tantos fatos, morrer só é um ocorrência para que ficam, aos que partem é só um apagão,
Todos os ossos têm um acordo de se manterem juntos, o arcabouço de cálcio caminha de volta ao cais onde nasceu,
Talvez a salinidade do mar tenha trazido a ferrugem
O gosto do cansaço na boca,
Flechas são atiradas a todos os dias dos céus, protejam-se da mira dos anjos,
Pintem o rosto de preto e usam a armadura dos justos,
Viver para sempre não posso, mas sou poeta,  posso desconversar a morte e ludibriar os anjos


Charles Burck










Rodney Smith





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