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sábado, 10 de junho de 2017


Fui atingido em cheio pela memória forjada em azul,
A tatuagem do morcego no pescoço sugere sangue,
É difícil desfazermo-nos dos que gostamos,
É uma derradeira morte todos os dias, um pedaço de memória que se perde,
Olhos tatuados em números e cenas, impregnados de histórias e amores, 
O teu numero perdi em alguma agenda, a mente me enganou, chorou dois pedaços de ti e sangrou em novenas inventadas, tatuei de ti a boca louca da cintura para baixo,
E agora sobre o silêncio na varanda, uma pena de águia, um espantalho trabalhando horas extras,
Eu quis cortas as dores pela raiz, mas profundas demais para arrancar tudo,
Peco pelo que falo, o coração expostos todos sabem, as janelas escancaradas, mostram tudo dentro,
Pus as lembranças em asilo, antecipei-me á demência, mas elas pularam os muros, subverteram os meus desejos
Correram pelas ruas, bateram nas nádegas vivas, nas sempre vivas,
E riram até desabarem,
Faço de todos os dias o meu dia da independência
Ponho as mãos nos bolsos e acaricio os meus sonhos
Escondido de todos

Charles Burck
 Elena-Vizerskaya

Elena-Vizerskaya


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