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quarta-feira, 29 de março de 2017

Como se desperta depois que a nossa alma mergulha na beleza do seu ser?
Suavizado escravo em deleite mal sabe o caminho,
Passos trôpegos, ainda embebido no licor dos teus lábios,
Cito Neruda e chuto as pedras do caminho – Peço perdão a Drummond,
Mas a vida toma outros significados e muda o rumo em novos tons
Não sei mais de mim, mais quem sou,
Ainda ouço divinas musicas que me elevam aos céus,
Não tenho mais tempo não, para gastar com qualquer coisa que desvie a minha atenção,
Tantas outras filosofias se desfazem em madrugadas,
Quase mais nada tem tanta importância,
Onde naufragam tantos barcos é lá que velejo,
A vida caminha sem medos e sem espantos,
Desfralda bandeiras e os olhos brilham drogados,
Com esse ato de amor na veia injetado


Charles Burck

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