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sábado, 25 de março de 2017

A natureza tão cheia de surpresas vem enfeitar nosso pedaço de quintal
Chega sem convite e parte sem avisar,
Dou-me ao trato de pensar sobre o seu papel nos dias de chuva,
Às vezes, chove a noite toda, às vezes, molha e apaga o sol,
Os barulhos dos pingos são sonoros, leves notas de escorrer melodias pelo telhado
Tem um quê de convite a lembramos de tantos casos, 
Dos sonhos, dos banhos de crianças, de nós dois na chuva nus de vergonha,
Há dias de nos aprisionar dentro de casa, de não nos permitir ver adiante,
As gotas somadas que transbordam, acinzentam os olhos da gente,
O rio transborda e a flores se afogam,
Mas todas são beijos da divindade, ou mal humor dos deuses,
Esses dias têm chovido demais, desenhei um sol na varanda,
Pus água a ferver, anis estrelado e sálvia, rosquinha de mel e torradas de açúcar e canela. Só sinto falta dela, nestes tempos de solidão a chuva me entra, penetra, esfriar meus sonhos,
Mas muitas vezes também me lava a alma,
Apaga as marcas dos dias em que o sol me queimava de amor...



Charles Burck




Cada poema é mais ou menos o tempo de uma vida
Escrevo sim por amor, ao amor que tenho,
Nada perfeito, mas do jeito que eu escrevo
Escrevo “amor”, na magia de vermos o mundo da mesma cor.
Ao mundo somos uma trégua, um lapso no tempo
O poeta espalha pétalas sobre sua musa,
O homem, o rito, o canto celebrado,
O horto onde ninguém há de perturbar os sonhos,
Onde brota o melhor de nós..
A arte de fazer a alma florescer...
O dom da musa, a missão do poeta

Charles Burck


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