A natureza
tão cheia de surpresas vem enfeitar nosso pedaço de quintal
Chega sem
convite e parte sem avisar,
Dou-me ao
trato de pensar sobre o seu papel nos dias de chuva,
Às vezes,
chove a noite toda, às vezes, molha e apaga o sol,
Os
barulhos dos pingos são sonoros, leves notas de escorrer melodias pelo telhado
Tem um quê
de convite a lembramos de tantos casos,
Dos
sonhos, dos banhos de crianças, de nós dois na chuva nus de vergonha,
Há dias de
nos aprisionar dentro de casa, de não nos permitir ver adiante,
As gotas somadas
que transbordam, acinzentam os olhos da gente,
O rio
transborda e a flores se afogam,
Mas todas
são beijos da divindade, ou mal humor dos deuses,
Esses dias
têm chovido demais, desenhei um sol na varanda,
Pus água a
ferver, anis estrelado e sálvia, rosquinha de mel e torradas de açúcar e
canela. Só sinto falta dela, nestes tempos de solidão a chuva me entra,
penetra, esfriar meus sonhos,
Mas muitas
vezes também me lava a alma,
Apaga as
marcas dos dias em que o sol me queimava de amor...
Charles
Burck
Cada poema
é mais ou menos o tempo de uma vida
Escrevo
sim por amor, ao amor que tenho,
Nada
perfeito, mas do jeito que eu escrevo
Escrevo
“amor”, na magia de vermos o mundo da mesma cor.
Ao mundo
somos uma trégua, um lapso no tempo
O homem, o
rito, o canto celebrado,
O horto
onde ninguém há de perturbar os sonhos,
Onde brota
o melhor de nós..
A arte de
fazer a alma florescer...
O dom da
musa, a missão do poeta
Charles
Burck
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