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terça-feira, 28 de março de 2017

Hoje brincamos de vento nas madeixas 
De ventar como a bulir transgressões, 
O desejo nunca se sacia de si, 
Mas em si brota quando os teus pelos me tocam 
Tenho-te como objeto absurdo de paz, 
Mas se me tentas, como posso?
Mas o céu azul traz grandes tempestades,
Gradativamente as chuvas despencam
A convergir de firmamentos adulterando os azuis,
Para que novos tons se façam,
Para que as lágrimas banhadas de oceanos naufraguem em olhos que vagam
Em voos distantes e possam distinguir horizontes
Só peço que não me escapem os céus, ao que eu mergulho nesse amar de sonhos
Não me deixe sem rumos, inundados de elementos reais,
A vida límpida concebe amores mais puros, mas somos autênticos e infratores de nós mesmos,
Comemos e bebemos dos desejos que somos,
Sem arestas, aparas ou atritos,
Somos tudo e somos todos, extravasamos e nos cabemos
Que me perdoem os mortais, mas nós dois somos infinitos



Charles Burck 

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