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sábado, 25 de março de 2017





Essencial


Achava-se vivendo no sonho
Sempre voltava do sonho com uma saudade imensa,
O toque de sândalo e uma pedrinha no bolso direito,
Davam-lhe as boas vindas ao fechar as pálpebras
Janelas por onde as histórias fluíam,
Colhia amoras de amores plantadas ao caminho como fonemas maduros
Pronta para começar tudo de novo
Caminhava com confiança e sem qualquer razão conhecida, sabia que tudo se desenvolvia melhor quando apenas amavam sem perguntas
Sem tentar entender o amor,
Cada parada devolvia-lhes o vigor imprescindível para colher a vida.
Fechava as janelas no abraço cúmplice das pestanas que não precisava ver a vida para ser-se.
Deixava-se se envolvida
Abandonava-se e por lá ficava até ter fome de acordar.
No ato de não interpelar a vida crescia mais,
Alimentava o melhor de tudo ao dar lembranças às feições dele,
Ao saber que as almas sentem sem precisar de nós.
Ao que somos verde natureza e azul mar, prosa e versos no ato de amar
Distâncias, lonjuras de coisas que não temos, mas sentimos saudades
Somos as substâncias e as essências atuando,
O amor nos embrulhando em papeis de presente
E doando de nós a nós mesmos



Charles Burck

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