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quarta-feira, 29 de março de 2017




A noite zombava dos fracos,
Tudo cedo parado: e eu muito mais confuso,
Procurava a saída...
O frio tremia os fantasmas desnudos,
As caras perdidas nos sorrisos dementes,
Sintetizavam os sentidos perdidos nas ruas suja,
Muito imprecisas as noticias replicadas na mídia,
Nada de novidades no reino dos mortos,
A identidade das mariposas voa nas luzes amareladas,
A dentada do cachorro com sono lateja no tornozelo do bêbado,
O sangue escorria nas vielas cansadas,
E os cabides do destino desfilam pendurados nos fios dos postes,
Pelo sinal da sirene alguém adentrou o mundo as almas penadas,
O gemido agonizou por muito tempo no meio da praça e choraram os desejos à sua volta,
Nada se importa com nada, nada leva a nada,
Sentidamente o absoluto nada é marcado no limbo da madrugada
A aurora etérea mostra suas partes carnosas,
Juvenil e aflorada em rosas,
A luz do sol banha as ambiguidades da noite,
E a noite vencida, suspirava suada, braços estendidos,
Longos e rasos agora, insistindo em dizer que eu não era nada
Na tentativa, ainda, de alcançar a minh’alma

Charles Burck


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