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quarta-feira, 29 de março de 2017

Estranho Amor



Meu estranho amor é alguém imortal na minha palavra escrita
Penso que quando a flor dos teus sentidos amanhece em mim
Eu vivo para, assim, pelo perfume que sinto aspirá-la
Mas ficamos em conflitos, conosco, com os olhos no limite do choro,
 E a pele nos maltratando incandescente
Uma chama que consome a si mesma
A alma querendo ser pura, lúdica de ternura
E o corpo inflamando o consciente
Os infernos são as nossas chamas a nos queimarem em nossos próprios desejos
O contato imaginário de aves em voos
Em quedas sobre os corpos aquecidos nos frêmitos antecipados dos gozos
As horas de preparos,
As antecedências que nos tomam
A dar vida à vida que escapa, colando os peitos e o ar na boca
O sorrir e o choro
O arrebate do coração incitado, a lagrima que alivia a sede
Na desordem do pensamento, uma ânsia nas lonjuras,
Uma vista para o mar,
A distância que encolhe, a fome que tem nome, o apelo das ondas
Loucura consentida a se espalhar em frases apressadas
E eu sem bote salva vidas, prestes a mergulhar nas profundezas das águas

Charles Burck 



















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