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sábado, 8 de abril de 2017

O casulo abriu-se e o voo se deu,
Palavras ainda não ditas escapam em translúcidas as asas
Não há mais espaços ao medo
As minhas mãos estendidas as apanham no ar,
Os poemas têm a audácia dos voos, são personagens de nossas histórias,
O olho a transmitir a vida – a transparência contida no que não sabemos de nós,
O poeta, por vezes chora o homem em suas lições de cada dia
Tão invisível a vazar a mistura de futuro e passado, de receios e coragens formando a liga-costura
Os excessos e as faltas de nós nos desmentindo e falando verdades,
Os poemas de hoje eu já os colhi no amanhã e os escrevi no ontem,
O jardim suspenso dentro de mim, a essência que se condensa quando admitida,
Rabisco um nome em letras feitas no ar, quantas sementes parecem que germinam ao acaso, mas não.
Tenho consciência que não,
Conto sua história forjadas em amor, no adubo à terra, a água, o lavrar com as mãos abertas,
Somos heróis e vilões de nossas próprias trajetórias, das dores que plantamos e colhemos,
Das flores mais belas, dos perfumes que como exemplo de amor se tornam o ar que respiramos
Tenho essa fé imensa em que nada acaba sem nascer pleno
O cachorro latiu e o galo cantou,
Essa quietude que me toma é uma vazão de mim,
E me diz para que entender se podemos apenas sentir?
Assim como silenciosa amanhã que vai chegando e afastando as sombras


Charles Burck












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