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sexta-feira, 14 de abril de 2017

Deito-me muitas vezes no teu colo e me deixo ser menino
Não saber-se.
Nem sempre te conto das minhas dores, mais sei que as sente
Estou entregue de alma e de corpo
Tudo é muito mágico e cheio de mistério para mim.
Talvez tenha sido essa a razão de termos ouvido o chamado
Onde nem o vento passa onde tu passa
Tudo é apenas tu,
Tendo-me separado de profetas, mágicos e deuses 
Para ficar sozinho ante a esse amor pronunciado
Ante o sossego e o abrir-se das flores em primaveras,
De tudo que era tão ausente se preenche de ti,
Ao pousar-me nos ombros o contato da tua mão
Foi preciso criar um mundo,
A ti eu criei dias e somente a ti amanheço,
Num florir ordenado de estrelas e noites ao nosso sono,
Ao meu coração que descende das moradas estelares,
Povoei planícies e vales para alem dos silêncios milenares
Tudo me passa como nos sonhos,
 Sem temor de amar nesses tempos selvagens,
Não me dou ao abandono ao medo, ao arremedo das faces que zombam
Nem atenção às ironias dos fracos,
O amor é o que me cabe, é onde me caibo e onde te amo, floresço..



Charles Burck 

Imagem Alexander Sulimov

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