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sexta-feira, 14 de abril de 2017

Eis-me despido de todos os meus amantes,
Antes eram tempos de buscas, das marés incessantes,
Tendo-me desnudado de todos os desconfortos,
Dos erros da vida só pelo provar dos corpos, a fome,
Fiz-me separado das alegorias coloridas e das falsas magias dos olhos
Dos deuses mambembes, das celebrações das personalidades itinerantes,
Quedei-me assim à luz dessa fronte estrelada,
No salão das verdades limpidamente espalhadas,
Que nenhum deus renegue o teu nome
Não há experimentações, mas um trato de sentimos tudo que nos emana,
Penso que sim há entregas sem os pesos dos erros, mergulhos mais profundos
Para além da existência caminhamos
Onde pararemos?
Não nos momentos sem eternidades,
Tudo se fartando num grito perdido nas urgências das ânsias,
Espargindo a memória das cores, o êxtase que estava guardado à sua espera
Um reconhecer-se ao mirar-mo-nos no espelho das semelhanças das faces
Uma troca de intimidade na vassalagem amorosa.
Banhar-se o corpo que a ausência mantinha secreto
Cada doar a alma a surpreender-nos
Dar-mo-nos as mãos e caminhamos ao sol de dentro.
Aos cenários internos que se descortinam em artes, às nossas mãos tremulas ao se unirem
Havíamos de nos salvarmos e convocarmos as claridades remando sobre as nuvens para aprendermos com os anjos.
amo-te desde sempre, agora sei que mais, quando navego nas histórias que recolhi nos tempos
Nos traços que do teu sorriso que vieram me contar
Tudo estava guardado, e o teu carinho me faz terno e agradecido
Hei de viajar, agora, sempre
Na vontade do rio mais doce e infinito, no livre amar, do navegar nas rimas e remos
A saber-me de ti, aqui fluindo tão dentro de mim

Charles Burck

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