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domingo, 16 de abril de 2017

As ritmadas batidas do coração



Permanecia assim olhar admirado, mudo, distante, tentando compreender o navegar dos leitos dos rios, 
Fragmentos das nascentes vindas do fundo do chão, as ritmadas batidas do coração falando sem dizer palavras
Tudo nas suas efemeridades presentes,
 
Os nadas de cada um, 
O saber que não dói quando contemplado de frente, 
A compreensão do que somos nos conforta, 
Há frases que não doem ao momento de existir, pela certeza do conforto
Dentro de canções que desenham no ar nossas causas e propósitos, 
O gato sou, sobre o telhado da vida, mirando a luz da lua em êxtases
Longe dos cães e dos ratos, das profundezas dos abismo
O céu das tempestades hoje está tão límpido, 
Desdenhando fazer perguntas que não me tragam respostas, 
Melhor mirar a lua me contando histórias, 
O quintal é esse portal aberto para tudo, a possibilidade de todos os lugares, 
As lembranças fincadas no arado e nas flores, 
O chão fecundado, a terra tratada com mãos e orações 
Uma linha desenhada no chão para me lembrar o sentido do caminho, 
Derrubei os muros, deixei os espaços livres para que os ventos, 
avisem-me das chegas, 
As vontades surgem e o respirar sai mais profundo, de dentro, intenso, imenso
Aqui coleciono pétalas no olhar, invoco o nome dela como prece.
Uma prece que os anjos um dia me ensinaram num tempo muito distante
Charles Burck



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