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domingo, 16 de abril de 2017

Era uma solidão inteira, acompanhada de uma meia garrafa de vinho,
Mas não incomodava, o limiar da vida é feito de transcendências,
Caminhamos sozinhos, ainda que nos demos as mãos,
Somos cada um uma tarde que, às vezes, se encontram
Há nessa junção prazeres, trocas e amplitude das tardes.
O pássaro vagueia, mas permeia o céu entre a fome das frutas,
E o desejo das águas e o prazer de voar,
O reencontro com sua essencial natureza,
Reencontro o poema perdido na gaveta
Fundamental caminhar sem carências do desenrolar do tempo,
Saber o que amamos tanto o real quanto o imaginário,
Que somos os olhos rasos de imagens juntadas de mil pedaços,
Relevante experimentar-mo-nos com amalgama de intensidade
Partilharmos tempos comuns, tempos só nossos.
Particulares, na carência de elaboramos silêncios,
Por vezes conversas de olhares, de afastar as incertezas,
Hoje deitei-me ao teu lado, o seu corpo perfeito,
As linhas de projetar horizontes e relevos onde amanheço,
Onde há a fusão de nós, a solidão nunca nos preocupa,
Sabemos a hora de usa-la, sempre da forma certa



Charles Burck 





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