Era
uma solidão inteira, acompanhada de uma meia garrafa de vinho,
Mas
não incomodava, o limiar da vida é feito de transcendências,
Caminhamos
sozinhos, ainda que nos demos as mãos,
Somos
cada um uma tarde que, às vezes, se encontram
Há
nessa junção prazeres, trocas e amplitude das tardes.
O
pássaro vagueia, mas permeia o céu entre a fome das frutas,
E o
desejo das águas e o prazer de voar,
O
reencontro com sua essencial natureza,
Reencontro
o poema perdido na gaveta
Fundamental
caminhar sem carências do desenrolar do tempo,
Saber
o que amamos tanto o real quanto o imaginário,
Que
somos os olhos rasos de imagens juntadas de mil pedaços,
Relevante
experimentar-mo-nos com amalgama de intensidade
Partilharmos
tempos comuns, tempos só nossos.
Particulares,
na carência de elaboramos silêncios,
Por
vezes conversas de olhares, de afastar as incertezas,
Hoje
deitei-me ao teu lado, o seu corpo perfeito,
As linhas
de projetar horizontes e relevos onde amanheço,
Onde
há a fusão de nós, a solidão nunca nos preocupa,
Sabemos
a hora de usa-la, sempre da forma certa
Charles
Burck
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