Quisera dizer-te que o amor nasce muitas vezes.
Mas nunca pelos caminhos que eu insisti em
segui-lo
Mas há os dias que nascem tortos, os buracos no
meio da estrada
Os desassossegos das vidas vazias, os anúncios de
bons futuros a preços módicos
Em quais escuridões se acolhem os sonhos dos
homens, as vontades pisadas como uma rosa que caiu do buquê no meio da calçada,
Não demores para que não se perca o sentido da vida,
O violinista no telhado azulado, fala do amor
estrelado das primeiras horas,
Da essência do amor na música, de alguma nota
pura tirada de um instrumento inventado
Tem diferentes dias em que a sorte é colhida como
uma nota musical que passa no ar,
Desejo-te sorte, o amor é um pressuposto da
felicidade,
Um passo mais largo do que as perna podem
caminhar,
Mas o amor é assim, premia quem tem pernas
longas, quem tem asas sonoras, quem mora fora de si,
Quem olha dentro dos olhos para ver o fundo da
alma,
Um bilhete anônimo voado ao sabor do vento, um
recado do destino
Num papel marcado de beijos a um ser que não
soube amar o bastante
Quisera dizer-te que nada de verdade se perde,
O amor nasce muitas vezes, e tantas vezes cabe à
mesma mulher
Charles Burck
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