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domingo, 5 de novembro de 2017

Flores cresciam por todas as partes
Como lobos em períodos de seca
Demo-nos pêsames e soubemos que tudo tinha morrido
E eu gostava da chuva e ela dos pingos,
E ela gostava do outono e eu das folhas caídas
E imaginávamos desenhando caminhos nos mapas,
E enviávamos-nos cartas de amor eterno como se morássemos longe
Com gotas de perfumes, com folhas secas
Pensávamos que porque nos amávamos, ser inevitável que tudo morresse menos o nosso amor,
E um dia sem sabermos como o eterno padeceu
Eu me lembro dela com seus vestidos longos, floridos,
De dançar sozinha no meio da noite,
Sei bem que ela se lembrará de meus cafés com cheiro de ir longe,
Do meu jeito de receitar poemas enquanto caminhava,
Mas não perdi o costume de sonhar,
Alongo os meus braços na vontade de me estender, de me tornar imenso, maior do que ela possa imaginar,
Há tantas coisas a serem feitas, e eu a procuro com palavras,
Todas as noites uma estrela me falará dela
Abrir uma porta de alguma esquecida rotina.
Algumas coisas hão de se ajustarem de novo às rotas
Os poemas não dormem jamais, têm eterna visão do futuro


Charles Burck 

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