O
causo do colar de contas
Preparei
um colar de contas cristalinas, sagradas pedras que valorizam o seio do rio,
Eu
vi visagem beberando água no regato mais manso, o coração sente sede, mas nem
tudo é água da boa,
Despi
fantasmas para ver a alma por dentro, mas o tempo racha o corpo ao meio e o
receio dos tropeços torna a estrada melhor,
Canto
baixinho quando céu avermelha, não quero atrair agouros,
Mas
já fiz coro com anjos e com irerês de causarem arrepios
De
fio a pavio prefiro as coisas boas, mas umas molecagem têm o seu tempo de
gosto,
Não
sou proposto de mulher feia, de mulher barbuda ou com bigodes no meio,
Depiladas
todinhas parecem bocas raspadas, travo de perereca rosada, chamei a cabocla de pele
marrom, já que nos veios dela tudo parece bom,
Oh!
Coisa delicada colar boca na boca, mas mulher amarrada num beijo bom te suga
todo, cola feito cola de mandioca brava e goma de seringueira.
Fujo
de quem se apega e fica cega, Doninha matou Dodô, arrancou o coração e plantou
no terreiro. Deu um pé de vespeiro desejando vingança, as pragas morderam tanto
as xapeca de Doninha que travou a bichibinha,
As
urinas não sabemos por onde saem agora, mas nada entra. Quem me contou carece
de confiança, foi meu Avô Lourenço, homem que não mentia nunca, a não ser se
bebia, mas o Vô bebia tanto que eu mal sei se acredito no contado, mas minha
avô fez novena para dar freios na mardita cana, mas ele tinha outros tropeços e
os santos desistiram de fazer do velho um homem santo.
Assim
fico eu calado, só falo do que tenho provas, minha ex queria ficar viúva, mas
ela morreu primeiro, falava mal de todos, mas a boca não só destilava venenos,
tinha lá sua prosas boas, ardências dá em todos, pimenta malagueta arde, mas só
para quem a põe ela na boca.
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