A arrebentação, a respiração e o
vento, os ritmos para um corpo precisando de mar,
O amor nasce muitas vezes dos dias
sem futuro,
Do quanto desejávamos um diagnóstico
para um corpo
O caminho para o estertor, a vibração certa do coração
O caminho para o estertor, a vibração certa do coração
O gosto da laranja, o cítrico o doce,
como se pertencêssemos
ao sabor.
Acolher o que antes ao peito não cabia, tanto que doía.
Acolher o que antes ao peito não cabia, tanto que doía.
Ao que imaginávamos dor maior,
Se não pudéssemos resistir o mar
forte ainda bate aqui e agora sem os limites do medo
Como se fossemos outra pessoa e não mais sagrasse a ferida aberta
Como se fossemos outra pessoa e não mais sagrasse a ferida aberta
A
abrupta boca aberta que nos engolia de tudo,
O
mesmo sal ainda me molha os lábios e
nessa brincadeira de sabedorias, ganhamos nós
Eu sei do amor que te tenho, sem ter dito
tudo, sabendo que nunca vou ler tudo também
E desvendar cada palavra soprada,
E desvendar cada palavra soprada,
Amo-te do fundo das cadências dos
meus duelos irregular de pensar,
Das sobreposições da vida sobre a morte,
Dos arpejos sutis, quase inaudíveis de Deus assoviando uma música falando do mar.
Dos arpejos sutis, quase inaudíveis de Deus assoviando uma música falando do mar.
A porta entreaberta à espera do que
desfaça as cicatrizes,
A querida ideia do alongamento do
tempo desmanchando os espinhos aderidos à carne
Como se cada onda atravessada
refizesse cada apagado capítulo de esperança
A harmonia ganhando espaços no corpo
indolente, não vale a pena a lutar quando o que os afronta nos dá prazer
Charles Burck
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