No
ato do amor adormecido ficam os fatos falando de nós, o guerreiro desfalecido, caído
para o lado,
Partituras
dos adágios ofertados aos deuses, nascidas em céus humanos,
Alguém
falou do tempo que corre e nós a corremos atrás dele,
Os
poemas de hoje são feitos nos movimentos dos quadris, no vai e vem nas ancas
femininas, mas urgências de nossas
precariedades
Mal
sabem das transcendências que estão dentro de si, das magias das quais se
afastam e perdem o contato
O
homem não é o tempo que passa, o que o aprisiona,
O
amor é o poema mais profundo, o que nos diz que não somos, não é a casca
Não
é a falácia de uma criação parca, banal e inútil
Pobre
cavaleiro que dá ao tempo as rédeas de si, quando há dentro os murmúrios da
luz, o essencial além das estações,
O eu
e tu, na osmose dos beijos libertando-nos das formas, o campo sono do absinto
das flores, os ossos que estalam, as raízes que descobrem os vales,
O
primordial senso da sempre viva a pairar entre os nossos olhos no fluxo da
nossa fé ao beijarmo-nos
O
paradeiro dos amantes nunca haverá de saber os relógios precisos, os que contam
os mortos, os que nunca olham os céus.
Charles
Burck
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