Ao
peito atravessado por várias lanças,
Dói-me
escrever o poema,
Guardar
o medo para as horas sozinhas
Ajoelhar
os ossos que rangem palavras
Cabisbaixo
ofereço loucuras à minha sanidade,
Os
céus infestados de sobressaltos querem invadir a minha porta
Deixo
cá as luzes acessas, o coração adensado, os sentimentos me pedem o corpo nu,
As
ilusões cruas, os versos sem alinhamento algum,
Passo
a passo surge o trajeto, no sensualismo que brota do sangue, das veias que
incham, a verdade endócrina.
O
que palmeia o membro vê-me apenas por fora,
Um
apontamento desenhado a ferro, a pedra, a fogo, um interior brotando em cada
folha em branco,
Deste
mundo a dois, aceito a suavidade das mãos, que me cariciam com o calor dos
outonos, e me retira dos secretos
Neste
outono frutifico longe das sombras, dos mortos que passam ao largo,
Neste
sulcado e sereno louvor dos poemas de amor,
Voar
é o meu sustento e a chamo para dentro, pelo aporte das bocas, das invisíveis vozes
que me tocam os pontos frágeis,
Tremo
aos teus apelos, mas como fazer poemas sem os infinitos gozos?
Charles
Burck
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