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quinta-feira, 6 de abril de 2017

Mesmo quando distante eu não posso transmitir por palavras
Ou a timidez me afasta, ou as horas espocam em segredos que não levam os meus recados, mas mesmo assim te adoro
Vazada de uma artéria rasgada sofro delírios, uma viagem marcada em sonhos latentes
Dela em sangue poéticos conjugo os verbos, oro e me devoro.
Talvez eu solte o grito em chamamento
E literalmente a vejo nas entrelinhas,
Somos construções assim, diários apagados lentamente pelo tempo,
Mas que ainda suas substâncias nos impregnam,
E viajam em nós, sem nos darmos conta,
No reino das coisas mortas nasce uma flor,
Ao amor acontece que nascem dias quando a noite nem cogita morrer,
Amavelmente beijo cada saudade minha,
Como poesia a marcar o local da dor,
A forma muscular que penetra a boca, que rompe as noites férteis,
Do interior das janelas no alumbre das coisas,
e que dialoga com as úmidas substâncias que pulsam os extremos do colo lúdico,
O âmbar da saliva que alimenta as bocas tangenciadas,
As festas a gerar aurora surrealista, a conectar a minha pele na sua
O ardor enamorado do calor dos delitos enamorados, dos artelhos, corações
e corpos encaixados no limiar do cio.
Rompidas as represas o jorro da água nossa de cada dia,
Das sedes matadas, dos desejos de nunca mais parara de nascer de cada encanto ejaculado,
Dos tremores associados, dos deleites que nos fala de todas as nossas eternidades

Charles Burck


A manhã chegou enriquecida de ouro e pratas,
Uma pintura surreal de coloridos tons,
Os pássaros são as cores vivas da imagem pintura
Parece-me que todos sabem possuírem o dom de colorir o dia espalhando-se no quintal,
O bem querer-te, o bem te vi, o saudade que ela logo vem, o pintadinho de sonhos, o beija boca vermelha dela, o me perder no abraço.
Eu queria entender cada canto, mais sei que falam de ti,
Da moça bonita da cidade, dos olhos lânguidos, da pele de pêssego,
Dos seios de fontes frescas de bebe e saciar sede de quem sente a fadiga do longe,
Eles, os pássaros, e eu, somos como crianças,
Um querendo saber mais sobre ti,
Mas eu quero mais, sempre, e tu sabes dos meus beijos bicados,
Das minhas asas de chegar tão pertinho, de sentir o cheiro de quero-quero, de quero mais, de quero-te apenas a ti,
O abril chega ameno aqui… As flores do dente de leão enfeitam o chão de rosa carmim,
Adoro o teu cheiro que me vem pelo vento, teu sorriso pequeno e tímido ao lembrar de mim,
Bem o vejo agora
O sabiá laranjeira  e o sanhaço – a donzelinha sorrirem, dizem que assim como eu gostam muito de ti
Eu e então sorrio também...
Abro as minhas asas amorosas e faço um voo de pássaro apaixonado em volta de minha saudade
A cada esperança que se junta em meu voo sossegado.
E é esse meu presente de afeto e amor…
Um voo de tomar nas asas a junção, e levar onde mais alto podem se elevarem os voos de amar



Charles Burck


Um adeus, às vezes, demora para sempre,
Às vezes fica passando nas águas lépidas dos rios cristalinos, ou nas tempestades de granizo quebrando telhados,
O pé de figo morre faminto de carinhos, de sedes,
As sedes, às vezes, não são de águas,
A mariposa com as asas carregadas de solidão pensa que a luz é a solução,
O pombo correio voltou sem respostas,
A dor sempre tem suas próprias razões, mas a minha não,
Vejo na nuvem solitária um verso desenhado nos contornos,
Que despencam sobre a minha casa ao entardecer,
A coragem de sair a procura do que mal sabemos me toma,
Uma decisão impensada calcada nos pés famintos,
A caminhar nas calçadas das noites adentro,
Investigando o pouco que temos, o mapa da palma da mão,
Detalhes no silêncio, os olhos que piscam alguma luminosa mensagem ao longe
A vontade absoluta de compor alguma melodia a ela,
O espelho do passado é um capricho perverso,
Fica passando as imagens como reza silenciosa de agora.
Estranhos nomes, medidas inexatas, formulas enganosas que mostram paisagens do dia que se perdem à medida avançamos
Enquanto desfio cada teia desse emaranhado romance,
Penso que nem tudo está perdido,
O cachorro sorrir, a aranha escreve uma linha, penso no na rota desenhada nas estrelas,
A menina da bicicleta cortou os cabelos, perdeu as tranças, gritou-me algumas palavras carregadas no vento,
Perdeu-se na cidade dos sonhos
A rua chora cansada, os meus pés também,
Era tudo um quase... Quase ser, quase isso, quase verdade,
Escrevi duas cartas a mim mesmo, notas mentais de extremos desgastes,
Um apelo abraçado a um gritando em mim
Tenho fé imensa que quebrando o espelho tudo se desvaneça em fim


Charles Burck 









Lua de Papel 


A lua de papel quase desfalecida livrou-se das latitudes
Para beijar os cabelos desenhados na cama,
Para que existiram os fatos, se sobre o espelho do lago não mora a vida?
A realidade transmitida é falsa de existência
Uma imensidão do esquecimento, do ato a ato dos dias
Uma sinergia cortada à faca oposta à liberdade de ser
Debruçada sob as estrelas no ato infactível de morrer




Charles Burck 










quarta-feira, 5 de abril de 2017



Era quase sempre 

Um adeus, às vezes, demora para sempre,
Às vezes fica passando nas águas lépidas dos rios cristalinos, ou nas tempestades de granizo quebrando telhados,
O pé de figo morre geme por de carinhos, por sedes,
As sedes, às vezes, não são de águas,
A mariposa com as asas carregadas de solidão pensa que a luz é a solução, 
O pombo correio voltou sem respostas,
A dor sempre tem suas próprias razões, mas a minha não,
Vejo na nuvem solitária um verso desenhado nos contornos,
Que despencam sobre a minha casa ao entardecer,
A coragem de sair a procura do que mal sabemos me toma,
Uma decisão impensada calcada nos pés famintos, nos desejos frêmitos de abraçar
A caminhar nas calçadas das noites adentro,
Investigando o pouco que temos, o mapa da palma da mão,
Detalhes no silêncio, os olhos que piscam alguma luminosa mensagem ao longe
A vontade absoluta de compor algum melodia a ela,
O espelho do passado é um capricho, perverso,
Fica passando as imagens como reza silenciosa, de agora.
Estranhos nomes, medidas inexatas, formulas enganosas que mostram paisagens do dia que se perde à medida avançamos
Enquanto desfio cada teia desse emaranhado romance,
Achava que nem tudo estava perdido,
O cachorro sorrir, a aranha escreve uma linha, penso na rota desenhada nas estrelas,
A menina da bicicleta cortou os cabelos, perdeu as tranças, gritou-me algumas palavras carregadas no vento, a virgindade voou
Perdeu-se na cidade dos sonhos
A rua chora cansada, os meus pés também,
Era tudo um quase... Quase ser, quase isso, quase verdade,
Escrevi duas cartas a mim mesmo, notas mentais de extremos desgastes,
Um apelo abraçado a um grito
Sei que tantas coisas acontecem bem longe de mim
Tenho fé imensa que quebrando o espelho tudo se desvaneça enfim

Charles Burck
Estrelas Invisíveis

Era um brotar de estrelas invisíveis
Embora tudo pudesse afastar-nos sempre:
Construi um mundo concreto - um breve espaço de tempo no tempo
Bendigo o que há de oceano, as densas florestas,
O extenso horizonte de todos os dias de pores do sol
Sobre a grama verde o descanso e o sono
Um cheiro de anis estrelado nascido do verbo da terra
Nu, o sexo aflorado entre as tremuras do acaso,
Aguardo a festa de acontecimentos
Para minha amada fiz uma casa branca com varadas,
E cortinhas rendadas de flores pequenas
Recém-nascidas margaridas cultivadas ao olhar
Um espírito doce de bem viver
Nascido para além das almas
Em um lugar onde ninguém mais pode encontrar


Charles Burck





















sexta-feira, 31 de março de 2017

Eu a amo, e mais depois do beijo roubado, divago ao sabor que deseja e sonha saber, 
Mas não é por isso que eu digo que a amo - é mais...
O meu peito sabe o que bate, as ondas que não sossegam mais depois de tudo 
Provado o paladar da fruta madura os passarinhos cantam inquietos e se aninham ao calor das coisas que lhes falam do mundo
O amor é amor, puro e em essência, no que dizemos, no que vemos e no que não vemos, 

Você que me suga, me alimenta, você que me oferece o corpo me dá a alma, 
O frenesi que me acalma me incita e me acaricia até me fazer dormir, 
Os olhares desnudos não apenas lhe despem, mas enxergam mais longe, mais dentro, 
Mais profundos 
Fazem-lhes mais bonita, acrescentam ao batom, os lábios, 
Ao vestido. o corpo que encaixa perfeito, 
Teço as curvas, linhas da nuca, o contorno dos olhos, a elevação dos seios, 
O violoncelo das nádegas, o pincel nas curvaturas da cintura, o manuseio do cinzel da escultura a fazer a abertura desejada, 
As tintas ao tom da mulher que eu amo, 
O abstrato sentimento da arte a produzir tuas formas, 
Eu a amo, o amor inteiriço do coração, o que não é a carne de que é feito, que se desenha além da matéria, 
A sua natureza, a flor e a folha, fauna e flora, o que desabrocha e o que permanece a habitar meus caminhos, meu destino, minhas lonjuras, 
Meus instantes de hesitar, as minhas limitadas percepções de ver o quanto há mais em você. 
Eu que ainda poeta não saberei descrever cada mais que há e me toma, 
Assim a amo na memória perdurável que de tudo, e que em mim a cada dia mais se alastra..

Charles Burck