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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

 

O mundo era longe, longe também a minha infância,

O campo de mato rasteiro

Os olhos trigueiros

A menina desnuda no leito de flores de melão,

Mais longe, ainda, fica a vontade de reviver,

O cheiro que ainda chega o sabor que brinca de fazer salivas

As lembranças que permeiam os tempos de poucos fazeres

Os gestos de minha avó não dispensavam ternuras,

Os brincos de pedras pequenas brilhavam mais do que deveriam

Era a magia que dela se expandia a todas as coisas,

O passado é nosso campo cultivado para colheitas futuras, em tempos escassos,

A minha alma embora tenha asas alongadas, embora ainda deseje voos maiores,

Nos tempos que me restam, não tão alongados assim,

Já penso que os bons ventos não voltam, raramente passam por aqui.


 


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