Pensava
eu que podia tudo beber para que a sede não viesse se postar à minha porta,
Sou
um ser estranho, mas amo ao meu jeito entocado,
E
fecho a porta, depois apago a luz e olho em baixo da cama, e no meio do escuro
a inocência de olhos grandes a boca assustada, me
mira perdida na noite
Como se tivesse
cheirado a verdade dos homens
E acordado num mundo
sem sonhos
As crianças desenharam
o sol no chão e os gigantes pisaram, e cuspiram e apagaram os desenhos
infantis,
A moça de blusa rosa
cobriu o rosto com mascara e mordeu a maçã mais vermelha e adotou um anjo para
nutrir os seus desejos mais sádicos,
Somos todos dotados
de lâminas, garras e dentes caninos,
A venda nos olhos e
os sexos expostos na feira de rua,
A sede nos bebe e a
fome nos come, e comemos e bebemos uns aos outros,
A minha memória havia
um tempo de esquecimento, mas o chip queimou e assisto tudo impassível, da
janela da sala cujo fecho emperrou
Charles Burck
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